terça-feira, 29 de setembro de 2009

Eu aborto. Você aborta. Somos todas criminosas!!

Confira a íntegra Manifesto contra a criminalização das mulheres que praticam o aborto e em defesa dos Direitos das Mulheres:

"Centenas de mulheres no Brasil estão sendo perseguidas, humilhadas e condenadas por recorrerem à prática do aborto. Isso ocorre porque ainda temos uma legislação do século passado ? 1940 ?, que criminaliza a mulher e quem a ajudar.

A criminalização do aborto condena as mulheres a um caminho de clandestinidade, ao qual se associam graves perigos para as suas vidas, saúde física e psíquica, e não contribui para reduzir este grave problema de saúde pública.

As mulheres pobres, negras e jovens, do campo e da periferia das cidades, são as que mais sofrem com a criminalização. São estas que recorrem a clínicas clandestinas e a outros meios precários e inseguros, uma vez que não podem pagar pelo serviço clandestino na rede privada, que cobra altíssimos preços, nem podem viajar a países onde o aborto é legalizado, opções seguras para as mulheres ricas.

A estratégia dos setores ultraconservadores, religiosos, intensificada desde o final da década de 1990, tem sido o ?estouro? de clínicas clandestinas que fazem aborto. Os objetivos destes setores conservadores são punir as mulheres e levá-las à prisão. Em diferentes Estados, os Ministérios Públicos, ao invés de garantirem a proteção das cidadãs, têm investido esforços na perseguição e investigação de mulheres que recorreram à prática do aborto. Fichas e prontuários médicos de clínicas privadas que fazem procedimento de aborto foram recolhidos, numa evidente disposição de aterrorizar e criminalizar as mulheres. No caso do Mato Grosso do Sul, foram quase 10 mil mulheres ameaçadas de indiciamento; algumas já foram processadas e punidas com a obrigação de fazer trabalhos em creches, cuidando de bebês, num flagrante ato de violência psicológica contra estas mulheres.

A estas ações efetuadas pelo Judiciário somam-se os maus tratos e humilhação que as mulheres sofrem em hospitais quando, em processo de abortamento, procuram atendimento. Neste mesmo contexto, o Congresso Nacional aproveita para arrancar manchetes de jornais com projetos de lei que criminalizam cada vez mais as mulheres. Deputados elaboram Projetos de Lei como a ?bolsa estupro?, que propõe uma bolsa mensal de um salário mínimo à mulher para manter a gestação decorrente de um estupro. A exemplo deste PL existem muitos outros similares.

A criminalização das mulheres e de todas as lutas libertárias é mais uma expressão do contexto reacionário, criado e sustentado pelo patriarcado capitalista globalizado em associação com setores religiosos fundamentalistas. Querem retirar direitos conquistados e manter o controle sobre as pessoas, especialmente sobre os corpos e a sexualidade das mulheres.

Ao contrário da prisão e condenação das mulheres, o que necessitamos e queremos é uma política integral de saúde sexual e reprodutiva que contemple todas as condições para uma prática sexual segura.

A maternidade deve ser uma decisão livre e desejada e não uma obrigação das mulheres. Deve ser compreendida como função social e, portanto, o Estado deve prover todas as condições para que as mulheres decidam soberanamente se querem ou não ser mães, e quando querem. Para aquelas que desejam ser mães devem ser asseguradas condições econômicas e sociais, através de políticas públicas universais que garantam assistência a gestação, parto e puerpério, assim como os cuidados necessários ao desenvolvimento pleno de uma criança: creche, escola, lazer, saúde.

As mulheres que desejam evitar gravidez devem ter garantido o planejamento reprodutivo e as que necessitam interromper uma gravidez indesejada deve ser assegurado o atendimento ao aborto legal e seguro no sistema público de saúde.

Neste contexto, não podemos nos calar!

Nós, sujeitos políticos, movimentos sociais, organizações políticas, lutadores e lutadoras sociais e pelos diretos humanos, reafirmamos nosso compromisso com a construção de um mundo justo, fraterno e solidário, nos rebelamos contra a criminalização das mulheres que fazem aborto, nos reunimos nesta Frente para lutar pela dignidade e cidadania de todas as mulheres.

Nenhuma mulher deve ser impedida de ser mãe. E nenhuma mulher pode ser obrigada a ser mãe.

Por uma política que reconheça a autonomia das mulheres e suas decisões sobre seu corpo e sexualidade.

Pela defesa da democracia e do principio constitucional do Estado laico, que deve atender a todas e todos, sem se pautar por influências religiosas e com base nos critérios da universalidade do atendimento da saúde!

Por uma política que favoreça a mulheres e homens um comportamento preventivo, que promova de forma universal o acesso a todos os meios de proteção à saúde, de concepção e anticoncepção, sem coerção e com respeito.

Nenhuma mulher deve ser presa, maltratada ou humilhada por ter feito aborto!

Dignidade, autonomia, cidadania para as mulheres!

Pela não criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!

Frente pelo Fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto"

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Estou viva...e bem...mui biem


Estava sem saco para alimentar este espaço, pois estou em estagio curricular e ai tenho relatórios, diários e ainda estudar outras coisas então não escrevi nada durante este tempo. Sabe algo que tenho prestado atenção e me policiada é sobre inconformidade com meus miseros problemas...
Pois, na minha area tenho acompanhado familias com problemas reais e bem mais complexos que o meu, como a fome, doenças, miséria, desemprego, subemprego entre outras mazelas sociais.
Ai diante dessas pessoas que buscam no atendimento do serviço social um alento, uma direção percebo o quanto um assistente social é importante para transformar a realidade daquelas familias.
Passa pelo uma escuta sensivel, o acolhimento o encaminhamento que é quando informamos onde as pessoas podem buscar seus direitos sociais, acessibilidade as informações sobre serviços, programas politicas públicas...
Então é lá no espaço do serviço social, que acompanhamos o cotidiano das familias as vezes vitimas de violencia social, pois passar fome é uma violência terrivel, ter de abandonar os filhos a sorte para ir catar material longe de casa e depois vender por 30 centavos o kg do plastico é uma violencia, buscar atendimento nas uniodades da saúde e ter um atendimento precario em menos de três minutos é uma violencia...
e é a nossa realidade enquanto sujeitos de uma sociedade capitalista, individualista onde quem pode pode e quem não pode se sacode, definha, rouba, cai nos vicios fica a margem da sociedade.
Mundo cruel esse nosso, mas é meu objeto de trabalho a tal da questão social que tanto custamos a compreender em salas de aula e que não precisamos ir muito longe para vislumbrar tais barbaridades.
Mas ainda sobre meus estagios, estão ótimos volto de ônibus agradecendo sempre por tudo o que tenho e que conquisto, agradecendo sei lá a quem pois minha fé já não mais existe. Só sei que to no lugar certo, na graduação certa e na profissão certa: assistente social...