segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Primeiro as primeiras coisas, segundo as segundas coisas!


Hoje é dia primeiro de Novembro de 2010, véspera de feriado e eu "asoberbadisima", sem feriado sem véspera sem nada e sem querer ir ao cemitério. Amanhã é o dia, mas visito as pessoas enquanto vivas...chorar em frente a uma lapide não me fara melhor...e não tem mais nada ali se não resquicios do que um dia foi uma vida...com amor, com dor, com sorrisos, com amizade,com palavras, com ensinamentos, com mimos, com conselhos, com garra, com esperança vida que acabou, pra todos acaba né...


Por isso carpie dean!


É lógico que tenho cronologicamente falar da vitória da primeira mulher e do PT presidenta do BRASIL...Mas isso requer uma certa inspiração e to com tantos bloqueios criativos por causa da monografia que deixo pra vocês a produção de uma colega, uma companheira da juventude inserida no movimento estudantil...


A Thaesa, o bebê do Serviço Social da UNIFRA que conforme combinamos me representou lá nos protestos contra o aumento da passagem de ônibus aqui em Santa Maria.


Espero que se empolguem a partir do relato dessa bela jovem, e que deixem seus sofás felpudos, seus orkuts, msns, suas mesmices e venha pra luta com a gente!!!!!


“Nas ruas, nas praças quem disse que sumiu?
Aqui esta presente o movimento estudantil!”


Detenho-me a narrar algo, que para mim, foi de uma experiência realmente de impacto.


Primeiramente quero que entendam o contexto do ressurgimento com força considerável de um movimento importantíssimo.


Aqui em Santa Maria, há alguns anos atrás foi eleito um prefeito, de nome Cezar Schirmer.


Dentre suas propostas, estava um transporte público de qualidade, com o passe livre (implantado no governo pt) continuado e melhorado, onde a passagem não subiria, haveria mais paradas de ônibus bem construídas, e mais linhas a fim de atender as necessidades do povo.


Como todo bom direitista, porém, não demorou a mostrar as ‘garras’, não cumprir com a palavra, e favorecer os interesses de quem realmente o convêm, os empresários.


Assim sendo, aumentou a passagem de 1,80 para 2,00 reais, extinguiu o passe livre, e não tomou nenhuma medida de proteção a nós, o povo, usuários desse serviço sucatiado, que pagamos por um de primeira qualidade.


Como se não bastasse, agora, no mês corrente, a passagem volta a subir num acordo feito em dias!


Diante desse absurdo e exploração, durante vários dias os estudantes e alguns(infelizmente poucos) operários participaram de protestos intensivos frente a prefeitura, ATU, calçadão, câmara dos vereadores.


Um dos dias mais emocionantes foi na Quinta-feira dia 21 de Outubro, quando os estudantes reuniram-se na praça Saldanha Marinho marcharam ao calçadão e logo após a prefeitura, com números de 300 a 500 pessoas (os veículos de mídia divulgaram essa cerca discrepância, mas sendo eu uma testemunha ocular, posso lhes dar certeza de que era uma multidão), em um protesto pacífico.


Lá chegando nos deparamos com portas de vidro com um numero irrisório de guardas. As portas não foram quebradas, e nem os guardas agredidos.


Nós estávamos lá representando toda cidade, inclusive aqueles homens parados e ali fardados condicionados a servir e muitas vezes inconscientes do papel repressor que desempenham.


Ali nos concentramos, até que fossemos ouvidos.


Como se aproximava da hora do almoço, foi criada uma comissão para arrecadar dinheiro (quem tinha dava, quem não tinha também não era prejudicado), para que todos pudessem comer.


E assim foi. Um exemplo magnífico de como nós podemos viver em comunidade, cuidando uns dos outros, e lutando por nossos direitos.


Após um dia inteiro de protestos o prefeito promete uma audiência pública conosco e com os representantes das transportadoras urbanas. Depois de marcado na câmara dos vereadores pelos participantes do protesto, na segunda feira lotamos o plenário.


Nós cumprimos com a palavra, mas, cadê o prefeito?


Foi contra sua própria palavra, escrita a próprio punho e assinada, e não compareceu.


Após uma audiência pública com alguns vereadores e os manifestantes, muitos resolveram ocupar a câmara, ou seja, dormir lá afim de que o Prefeito cumprisse como acordo.


Às duas horas da manha, expulsos por uma justiça elitista e sem o prefeito, saímos de mãos dadas, para evidenciar que nossa luta não ira morrer.


Mesmo a tarifa tendo aumentado nossas denuncias chegaram aos ouvidos da lei, e agora o Ministério Publico esta comprometido a investigar o transporte público na cidade, o qual nunca foi feita uma licitação sequer!


Espero que esse seja apenas uns dos muitos movimentos por vir, em que estudantes e operários dêem as mãos e lutem contra a opressão das elites!


Um forte Abraço
Thaesa Bacellar.

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